segunda-feira, 26 de março de 2012

Comentários-Fragmentos 3 e 4

Fragmento 3
No Twitter, Rita Lee avisa seus 270 mil seguidores de que a Folha estava chegando na casa onde mora, entre cães, carpas e tartarugas, na Granja Viana (Grande SP).
(Publicado no jornal Folha de S. Paulo, edição de 16 de novembro de 2011)
Uma primeira leitura deste trecho pode levar a um estranhamento quanto ao emprego da preposição “de” (“... de que a Folha...”). No entanto, o emprego dessa preposição está de acordo com o que prevê a norma culta da língua, uma vez que o verbo “avisar”, empregado neste
período como verbo transitivo direto e indireto, tem um complemento sem preposição (seus 270 mil seguidores) e outro com preposição (de que a Folha estava chegando...). Também seria correta a construção: “... avisa aos seus 270 mil seguidores que a Folha estava chegando...”, em que haveria igualmente um complemento sem preposição (que a Folha estava chegando...) e outro com preposição (aos seus 270 mil seguidores).
O que se deve observar quanto a desvio da norma culta da língua é a construção com o verbo “chegar”. Lembremos que o verbo “chegar” rege preposição “a”, e não preposição em” (contraída com o artigo "a", formando "na"). Assim, a forma correta seria: “... de que a Folha estava chegando à casa onde mora, ...”

Fragmento 4
DE BRASÍLIA - Em meio à rebelião da base aliada no Congresso, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), desobedeceu o Planalto ao retirar da pauta um projeto que seria
sancionado pela presidente Dilma Rousseff na próxima terça-feira.
(Publicado no jornal Folha de S.Paulo, edição de 10 de março de 2012)
A questão a ser comentada quanto a este fragmento diz respeito à regência do
verbo “desobedecer”, que rege preposição “a”. Assim, a construção de acordo com
a norma culta da língua seria: “..., desobedeceu ao Planalto ao retirar...”

terça-feira, 13 de março de 2012

Fragmentos 3 e 4

Você já conferiu os comentários sobre os fragmentos 1 e 2.
Agora vamos observar duas outras situações textuais, lembrando que os fragmentos aqui postados não apresentam, necessariamente, uma transgressão à norma culta da língua.
A nossa intenção é que todos os que acessam o nosso blog exercitem a sua percepção em relação aos textos apresentados, que podem ou não conter algum "erro".
Fragmento 3
No Twitter, Rita Lee avisa seus 270 mil seguidores de que a Folha estava chegando na casa onde mora, entre cães, carpas e tartarugas, na Granja Viana (Grande SP).
(Publicado no jornal Folha de S. Paulo, edição de 16 de novembro de 2011)
Fragmento 4
DE BRASÍLIA - Em meio à rebelião da base aliada no Congresso, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), desobedeceu o Planalto ao retirar da pauta um projeto que seria sancionado pela presidente Dilma Rousseff na próxima terça-feira.
(Publicado no jornal Folha de S. Paulo, edição de 10 de março de 2012)

domingo, 4 de março de 2012

Comentários-Fragmentos 1 e 2

Fragmento 1 (publicado em 20 de fevereiro de 2012 na página de abertura da UOL)
Jennifer Lopez tenta evitar foto comendo batata frita e pastel

Comentário
Este texto permite duas leituras.
Primeira leitura: Jennifer Lopez tenta evitar que a fotografem enquanto come batata frita e pastel, isto é, ela não quer aparecer em uma foto comendo batata frita e pastel.
Segunda leitura: Jennifer Lopes come batata frita e pastel para evitar que a fotografem, isto é, comer batata frita e pastel é o recurso que ela utiliza para evitar que a fotografem.
Trata-se, portanto, de um texto com ambiguidade.
É muito claro, porém, que o sentido que o autor do texto pretende é o primeiro aqui explicado.

Fragmento 2 (publicado no jornal O Estado de S.Paulo, edição de 23 de janeiro de 2012)
Estudo sugere que médicos receitam antibióticos em doses inadequadas

Comentário
Neste texto, o que chama a atenção é o emprego da forma verbal “receitam” (3ª pessoa do plural do presente do indicativo), pois, gramaticalmente, também seria possível o emprego de “receitem” (3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo).
Para o entendimento do emprego dessas duas formas do verbo “receitar”, lembremos que o verbo “sugerir” tem, entre outros significados, o de “propor” e o de “dar a entender”.
No texto em questão, o verbo “sugerir” tem o sentido de “dar a entender”, pois se trata de uma conclusão a que o estudo chegou. Portanto, a ação de “receitar” é uma realidade, isto é, “estudo dá a entender que médicos [de fato, realmente] receitam antibióticos em doses inadequadas”, o que permite afirmar que o emprego do presente do indicativo atende ao que prevê a norma culta da língua, pois o modo indicativo deve ser utilizado quando há ideia de realidade.
Do ponto de vista da correção gramatical, a forma “receitem” também poderia ser empregada com o verbo “sugerir”, que teria, nessa nova situação textual, o sentido de “propor”.
Portanto, “receitar” seria provável, uma vez que os médicos poderiam ou não seguir o que o estudo propõe, o que permitiria o emprego de “receitem”, forma do presente do subjuntivo - o modo subjuntivo indica probabilidade. Tal emprego, no entanto, realizaria um sentido inadequado, pois nenhum estudo deve propor que médicos receitem antibióticos em doses
inadequadas.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Observar textos

Iniciamos as nossas postagens neste ano de 2012 com uma atividade comentada em sala de aula na semana anterior ao carnaval: colocaremos em nosso blog fragmentos de textos que apresentem algum interesse linguístico. Sugerimos que os interessados observem esses fragmentos e pensem o que poderia ser comentado quanto àquela passagem. Dois dias depois da postagem, publicaremos os comentários.
Começamos hoje com dois fragmentos.
Fragmento 1 (publicado em 20 de fevereiro na página de abertura da UOL)
Bastidores
Jennifer Lopez tenta evitar foto comendo batata frita e pastel
Fragmento 2 (publicado no jornal O Estado de S.Paulo, edição de 23 de janeiro de 2012)
Estudo sugere que médicos receitam antibióticos em doses inadequadas

Acompanhe os nossos comentários daqui a dois dias.
Até lá.