segunda-feira, 15 de março de 2010

Cuidando das formas verbais

Leia este trecho de notícia publicada em uma seção de esportes:
Atletas paraolímpicos adequam-se mais rápido a deficiências, diz comitê.

É muito comum encontrarmos formas verbais em desacordo com a norma padrão da Língua Portuguesa, até quando se trata de textos produzidos por pessoas que tenham o hábito da boa leitura. É o que acontece nesse trecho.
O verbo “adequar” é um desses que oferecem dificuldade. E, devido a essa dificuldade, é que encontramos, como nesse caso, uma forma do verbo “adequar” em desacordo com o padrão culto da língua.
Vamos lembrar sempre que esse verbo não possui as formas em que a vogal tônica (aquela em que a voz se apoia para a leitura) é o “e” (“dé”) ou o “u” (“qú”).
Não existem, portanto, as formas: “ad(é)quo”, “ad(é)qua”, “ad(é)quam”, nem as formas “adeq(ú)o”, “adeq(ú)a”, “adeq(ú)am”, bem como outras com tal acentuação.
Esse verbo só possui as formas cuja vogal tônica está após o “u” de “adequar”: “adequamos”, “adequei”, “adequaria”, bem como outras com tal acentuação.
Assim, não existe a forma verbal que aparece no trecho em questão, “adequam”, pois somente seriam possíveis as leituras com a vogal tônica “e” (“ad(é)quam”) ou com a vogal tônica “u” (“adeq(ú)am”). Nesse caso, deveria ser empregado um sinônimo, como por exemplo: “Atletas paraolímpicos adaptam-se mais rápido a deficiências, diz comitê.”

Um comentário:

  1. Grande mestre Miro!
    Sinceramente, não conhecia essa regra!!
    Pior: já utilizei inúmeras vezes o "adequam-se" em peças jurídicas - certa vez cheguei ao absurdo de acentuar (adéquam-se)!!
    Estou chocado...
    Grato pela informação.
    Abraços.

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